Acupuntura Japonesa:
Passado e Presente |
|
Dr. Sohaku Bastos
Presidente Executivo do
Congresso Internacional Brasil-Japão de Acupuntura
drsohaku@abacocba.org.br
www.acupunturabrasil.com.br
Originária da China, a Acupuntura
foi introduzida oficialmente no Japão há 1.500 anos. Entretanto,
estudos arqueológicos realizados nos anos 60, sinalizam que
agulhas de pedras e ossos de animais descobertos no Japão foram
utilizadas como terapia acupuntural há mais de cinco mil anos
(Período Jomon 13000 a.c a 300 a.c).
A partir da Era Yayoi (300 a.c a
300 d.c), durante o reinado da Imperatriz Himiko no Japão, a
antiga medicina japonesa baseada no conhecimento da natureza e
da relação do homem com o universo (Honnō) teve um grande
desenvolvimento, principalmente com a integração com a antiga
medicina chinesa. Em verdade, a Acupuntura japonesa moderna
herdou tradições japonesas e chinesas integradas.
No século XX, a Acupuntura como
parte da medicina oriental encontrou respaldo na ciência
moderna, sobretudo na década de 70, quando sua prática se
difundiu para o Ocidente.
Trabalhando a energia Qi
do ser humano, a Acupuntura apresenta resultados objetivos e
muitas vezes imediatos. Ela regula o fluxo de energia Qi
nos canais ou meridianos, desbloqueando e equilibrando o fluxo
de energia do organismo.
A Acupuntura, consoante à visão
ocidental, é concebida como uma técnica de estímulos
nociceptivos periféricos com agulhas que atua nas terminações
nervosas livres, estimulando o sistema nervoso central e, assim,
liberando uma série de componentes químicos do organismo
(moléculas mensageiras), que seriam responsáveis pelos efeitos
desejados.
Sem empregar intervenções
cirúrgicas ou tratamentos baseados em potentes medicamentos
alopáticos, as terapias das medicinas orientais promovem a saúde
e o bem-estar, proporcionando uma melhora na qualidade de vida.
Através da harmonização da unidade mente-corpo-energia, este
sistema de saúde milenar possibilita o tratamento e a prevenção
de enfermidades, a revitalização do organismo e a longevidade.
No Japão, a acupuntura teve um
desenvolvimento extraordinário, sobretudo na área da
Eletroacupuntura, método eficaz tanto no tratamento da dor
quanto na regulação funcional do organismo. Lá, com as
descobertas da ciência e o progresso tecnológico da medicina
ocidental, associadas às milenares práticas de saúde,
permitiu-se o aumento da expectativa de vida da população.
Em Okinawa – ilha do Sul do Japão
– por exemplo, quase 10% da população ultrapassaram os 100 anos
de vida. Isto ocorre porque, além das práticas médicas
integradas, o povo dessa região do Japão adota um estilo de vida
extraordinariamente saudável, baseado em hábitos de um sistema
milenar que valoriza a vida e a natureza.
Em comparação ao restante do país
– o Japão tem a expectativa de vida mais elevada do mundo, com
média superior a 82 anos – a ilha de Okinawa reflete a realidade
de que vale a pena investir num sistema natural de saúde
(Sistema Honnō), cujo escopo é: vitalidade, movimento,
equilíbrio e longevidade.
Promovendo a saúde e não apenas
combatendo as doenças, a milenar medicina do Extremo Oriente
reúne um conjunto extenso de saberes e práticas, que poderia ser
muito bem aproveitado pela sociedade atual do Ocidente, que se
encontra cada vez mais dependente de um modelo médico que não
promove devidamente a saúde, cuidando apenas de doenças.
As enfermidades da atualidade são
reflexos de uma postura equivocada do homem em relação à vida.
Valoriza-se a autoridade social acima da autoridade da natureza.
Assim, as doenças de bases psicossociais são aquelas que
acarretam grande parte da dor e do sofrimento do homem moderno.
O
I Congresso Internacional Brasil-Japão de
Acupuntura e Eletroacupuntura Científica,
que será realizado no Colégio Brasileiro de Cirurgiões do Rio de
Janeiro nos dias 17, 18 e 19 de outubro de 2008 em comemoração
ao centenário da imigração japonesa, reunirá profissionais e
pesquisadores do Japão, Brasil e EUA, trazendo as mais
revolucionárias e recentes pesquisas científicas e práticas
sobre a Acupuntura, Eletroacupuntura e demais recursos
terapêuticos da medicina oriental. Este evento conta com o apoio
oficial da Comissão de Eventos Comemorativos do Centenário de
Imigração Japonesa do Estado do Rio de Janeiro e do ano do
Intercâmbio Brasil-Japão.
A novidade deste Congresso é que
ele não será voltado apenas para os profissionais da área da
saúde. Interessará, também, ao público em geral, aos pacientes e
a todos aqueles que tenham interesse em adotar um estilo de vida
saudável que preserve a natureza e valorize a vida.
|