O homem moderno, acostumado às facilidades e comodidades da vida atual, às porções de coisas e atividades sem fim ao seu redor, já não se contempla de maneira integral. Quer dizer, já não se percebe como um todo, como indivíduo e como coletivo, desconhecendo a si próprio.
Uma vida motivada apenas pelas coisas e circunstâncias ao nosso redor, não nos preenche da satisfação que nos projeta anos, ou décadas à frente. E é nesse ponto que confundimos o ‘viver à cada dia de forma plena’ com o imediatismo egóico que conhecemos hoje em dia.
Segundo Dr. Sohaku Bastos, “é preciso compreender a natureza do ser humano, suas necessidades e potencialidades como um todo. O ser humano é a interação de diversas capacidades, necessidades, potencialidades - individuais e coletivas - adaptadas ao meio social e ambiental em que se encontra”.
O profissional da saúde ao desconhecer a verdadeira essência do ser humano, confunde-se na parcialidade dos tratamentos oferecidos pela medicina convencional.
As doenças tornam-se cada vez mais complexas à medida que nossa sociedade e ciência se desenvolvem. Não seria uma ironia, constatar que quanto mais pesquisamos o corpo humano e mais inventamos medicamentos, técnicas e equipamentos, mais doenças e debilidades estamos sujeitos?
Desconhecendo o ser humano, desconhecemos o mundo em que participamos.
Este é um dos desafios que estamos enfrentando nos últimos anos, apesar de todo o conhecimento que adquirimos. Aquecimento Global, catástrofes ambientais, perdas econômicas devido à possível escassez de alimentos... Situações de sofrimento coletivo causadas pelo desconhecimento.
Novas doenças, doenças extintas voltando, déficit da imunidade, doenças cognitivas, doenças de deformidade genética, enfim, nos dias atuais lidamos com muito mais doenças que as gerações anteriores do início da revolução industrial. Essa é a conclusão da ONU, no ano passado.
Por outro lado, aumentamos a expectativa de vida, evitamos o surgimento de epidemias e mantemos determinadas doenças sob controle com as vacinas. E o que não questionamos é o bem-estar e a qualidade de vida que temos com esse prolongamento de tempo de vida.
“É exatamente
essa outra perspectiva que difere as medicinas ocidental
e oriental”, diz o Dr. Sohaku Bastos. “Enquanto
uma enxerga o ser humano funcionando como um mecanismo-máquina,
a outra valoriza aspectos que a anterior não se permite
ver” completa o Dr. Sohaku.
Por
décadas, indivíduos nascidos em Okinawa, Japão, foram
considerados os mais longevos do país mais longevo do
mundo.
O Japão, tanto pelo uso da
medicina oriental tradicional, tanto pelos hábitos
disseminados em toda a sua população, ainda lidera a
lista da população mais longeva do mundo. Lembrando-se
tratar de uma população longeva, ativa, saudável, com
qualidade de vida e bem-estar até os últimos anos de
vida.
Porém, estudos recentes demonstram que a
expectativa de vida vem decaindo tanto em Okinawa,
quanto no restante do país. E o motivo mais provável
é a absorção de hábitos ocidentais, principalmente
em relação à alimentação: Legumes e verduras vêm
sendo retirados do cardápio para dar lugar à carne (http://madeinjapan.uol.com.br/2006/07/11/crise-da-longevidade-a-invasao-da-culinaria-ocidental/).
Devido à facilidade e
comodidade que envolve a maioria dos hábitos
ocidentais, é criterioso observar que a mudança de hábitos
alimentares envolve mudanças muito maiores de
comportamento e pensamento na sociedade japonesa atual.
É esse discernimento entre Saúde :Bem-estar :
Qualidade de Vida, versus expectativa de vida
prolongada sem contemplar o Bem-estar
em viverque difere,
essencialmente, a medicina oriental da medicina
ocidental.